Como me senti uma ex-namorada traída

Adobe Muse

Há mais ou menos um ano atrás eu fui indicado para uma cliente que queria desenvolver um site, um salão de beleza, Fui até a cliente, conversamos a respeito e sai de lá com o negócio fechado.
A cliente ficou de me fornecer alguns conteúdos para disponibilizarmos no site e eu fiquei de mandar um layout para ela aprovar. Na ocasião ela comentou de trocar o logotipo, mas eu comentei que não achava necessário, uma vez que as clientes já estavam acostumadas com o logotipo dela, além do que para mim ele estava bonito.
O layout foi aprovado e entrei na fase de desenvolvimento, fazendo a codificação do html e css. O tempo foi passando, passando e nada da cliente mandar as informações.
Então ela entrou em contato e me mostrou um outro layout, perguntando o que eu achava. Eu tomei um susto e perguntei “você está querendo mudar o layout? porque você já tinha aprovado aquele layout que eu tinha mostrado pra você”. Ela disse que não, que era apenas para ter algumas idéias e perguntou o que estava faltando, eu informei o que precisava novamente e mais tempo passou.
Um mês depois, uma funcionária do salão me procurou, dizendo que agora seria ela a responsável pelo site e perguntou o que estava pendente. Novamente eu passei que precisava de conteúdo para disponibilizar o site no ar e ela ficou de me retornar.
Mais tempo se passou e como estava corrido para mim na faculdade, acabei não indo atrás, uma vez que a minha parte estava pronta.
E eis que um belo dia, ao entrar no Youtube eu vi um vídeo do Salão. Resolvi clicar para ver e logo de cara mostrou um logotipo diferente. Franzi a testa, já imaginando o que viria e resolvi procurar o site do cliente, que diga-se de passagem, já estava no ar.
Como é de costume, entrei para ver o código do site e eis que ele havia sido construido no Adobe Muse. Para quem não sabe, o Muse é um aplicativo da Adobe, destinado para fotógrafos e publicitários criarem sites sem ter a necessidade de programar ou digitar códigos. É bem no estilo Wix-arrasta-e-solta.
Assim como o Wix, o Muse acaba gerando inúmeros códigos desnecessários e não leva em conta as boas práticas para desenvolvimento web que os desenvolvedores tanto prezam. E em nível prático, não indexa bem no Google, o que por si só já deveria ser motivo para fugirem dele. É como você querer fazer uma casa e construir tudo com drywall e sem fundação: pode ficar lindo, mas se um dia você quiser levantar um sobrado não vai dar.
Fiquei broxado, afinal de contas eu havia gastado um bom tempo para codificar o layout, já trabalhando com conceitos de mobile first, responsividade… já pensando lá na frente em montar um painel de controle etc… mas a cliente atropelou tudo isso.
Fiquei me sentindo mal, afinal que parece que tudo o que eu falasse iria soar como aquela ex-namorada que fica falando mal da namorada atual.
No fim das contas, ficou aquela amarga lição: para o cliente, o que importa é um site bonitinho, no melhor estilo drywall. Conceitos como mobile first, responsividade, boas práticas etc podem ficar para depois.

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